A Fertilização in vitro (FIV) é um tratamento de grande complexidade em que os óvulos são fertilizados com os espermatozoides dentro de um laboratório de embriologia. Na FIV um ou mais óvulos fertilizados (embriões) são transferidos para o útero, onde ocorre a implantação e o desenvolvimento embrionário.
O tratamento pode ter consequências graves causadas por medicamentos e procedimentos de FIV são muito raras. Os medicamentos indutores da ovulação estimulam os ovários a produzirem mais folículos com óvulos para a coleta. Entretanto, estes podem causar alguns efeitos colaterais como mudanças de humor, fadiga, sensibilidade nas mamas, inchaço que são leves e passageiros. O tempo de estimulação varia entre 9-12 dias. O tempo é curto e os efeitos colaterais melhoram em até 5 dias após a coleta dos óvulos.
Hoje as doses de medicações indutoras são bem controladas pelos médicos especialistas. Além da dose adequada, o monitoramento ultrassonográfico e a vitrificação dos embriões é importante para evitar a síndrome de hiperestimulação ovariana.
A Síndrome da hiperestimulação ovariana (SHO) é uma complicação rara, iatrogênica para estimulação ovariana pela tecnologia de reprodução assistida. Esta síndrome é caracterizada pelo alargamento do ovário devido a vários cistos ovarianos e uma mudança de fluido aguda no espaço extravascular. Após a indução de gonadotrofinas, a SHO se desenvolve vários dias após a recuperação de ovócitos quando há altas doses de estímulo. As mulheres normalmente geram um óvulo por ciclo, mas altas doses de estímulo podem ajudá-las a produzir de 20 a 30 óvulos ou até mais. Por outro lado, mulheres que recebem médias ou baixas dosagens produzem de 8 a 15 ovócitos. Altas doses de estimulação levam à SHO em 10% das pacientes de fertilização in vitro. Os ovários ficam inchados e pode vazar fluido no tórax e no abdômen. Os sintomas podem ser leves ou graves e, em casos raros, a SHO pode ser fatal.
A SHO é a complicação mais comum nos tratamentos de reprodução humana assistida, porém preocupante, principalmente quando a estimulação é realizada com doses exacerbadas de gonadotrofinas. Casos leves têm frequência de até 20%, moderados, de 3-6%, e, em sua forma mais severa, ocorrem entre 0,5% e 2% dos ciclos de estimulação ovariana.
No entanto, hoje é muito raro uma paciente ser submetida ao hospital devido a SHO. Nas pacientes com uma boa reserva, pode acontecer uma forma leve, apresentando um desconforto no abdômen devido o tamanho dos ovários, portanto a melhora do quadro começa acontecer dentro de 3 a 5 dias após a coleta dos óvulos.
A FIV é um tratamento de reprodução humana assistida realizada há mais de 40 anos, desde o primeiro bebê de proveta, Louise Brown. O tratamento contribui com o nascimento de milhares de bebês no mundo. É considerada um tratamento seguro porque envolve uma equipe multidisciplinar formada por médicos, biomédicos, biólogos, enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem e psicólogas.
Além de toda segurança proporcionada por todos os profissionais envolvidos durante todas as etapas (Diagnóstico, Estimulação ovariana, Coleta dos óvulos, Coleta do sêmen e transferência embrionária), a FIV possibilita que a paciente com a idade avançada engravide sem correr o risco de seu bebê ter alterações cromossômicas. O procedimento realizado antes da transferência para avaliar o embrião recebe o nome de biópsia embrionária.
Antes da transferência embrionária, todos os embriões são congelados a fim de tornar a técnica mais segura e assertiva. A vitrificação também é um procedimento seguro que não danifica o embrião. A vitrificação proporciona uma melhor receptividade do endométrio, pois assim o paciente consegue transferir seus embriões em um próximo ciclo e não no mesmo ciclo em que foi feito a estimulação dos ovários. Em um ciclo posterior é possível focar somente no preparo endometrial e devido a isso aumenta a taxa de sucesso do tratamento.
Seja a(o) primeira(o) a comentar!